Na semana em que se assinala o aleitamento materno no mundo, o fundo das nações Unidas para educação e Infância (UNICEF) promoveu, em parceria com a Rede dos Medias Africanos para Promoção de Saúde e Ambiente (REMAPSEN), um Webnaire dedicado ao tema. Durante duas horas e meia, os jornalistas dos Países da África Ocidental e Cenrtral abordaram a importância da aleitamento materno para a criança e para a própria mãe. Para a criança, destaca-se que, o aleitamento materno contribui para robustecer a sua saúde nos primeiros seis meses evitando doenças como diarreia, pneumonia entre outras doenças. Para a mãe, segundo o aleitamento materno evita stress, cancro, mantém peso e evitar gravidez. “Tem benefícios que devem ser conhecidas em cada país, talvez ajude a facilitar a sua promoção. Neste momento a taxa de aleitamento nessa zona africana está nos 40%, quando a média que se pretende deve ser de 70%”, disse Simeon Nanama, Conselheiro do Bureau Regional do UNICEF. face a estes problemas e as causas identificadas, o UNICEF defende a adopção de leis de promoção de aleitamento materno e que seja interdita a comercialização dos substitutos.
Durante a interacção com mais de seis dezenas de jornalistas, Nanama considerou ser importante investir, porque os dados mostram que, quando se investe 1 dólar no aleitamento, o retorno chega a 35 dólares.
“Todos os diagnósticos feitos demonstram que há um desconhecimento da importância do aleitamento na prevenção das mortes que neste momento são bastante elevadas. Quando sabermos tudo isso, vamos igualmente saber os esforços necessários para resolver o problema de aleitamento”, afirmou.
Segundo informou, em 2019, o UNICEF lançou uma iniciativa denominada “Mais forte com aleitamento”. Esta iniciativa visa alertar sobre a exclusividade de aleitamento às crianças até seis meses. “Nos 24 países da África Ocidental e Central, 18 aderiram a iniciativa. Neles se fez campanha de plaidoyer, comunicação para mudança de comportamento a favor de aleitamento materno. Pode-se que considerar que a campanha teve sucesso. Porque inicialmente eram 4, anos depois, passaram para 10 os países. É preciso que se acompanha os países e para que isto seja um desafio”.
O Conselheiro entende que, para que o aleitamento seja exclusivo na criança até seis meses, os países devem adoptar leis nesse sentido, e criar condições para que as mesmas sejam cumpridas. Por exemplo, consideras que, os substitutos de aleitamento que são vendidos nas farmácias constituem uma desvantagem.
Em áfrica, baseando nos dados por ele avançado, apenas 8% das crianças têm acesso a alimentação nutritiva. “A normas dizem que as crianças devem ter 5 grupos de alimentação. 34% das crianças apenas têm alimentação, mas em geral os alimentação, não podem substituir o aleitamento. O que se quer é saber quais os alimentos complementares das crianças. Estes são aceites, mas depois de seis meses”, frisou Nanama.
Conforme Simeon Nanama é preciso trabalhar sobre as normas de alimentação, depois elaborar projectos de normas de almoço, jantar etc. “Houve países em que se discutiu e vai-se adoptar estes projectos na CEDEAO. Durante aleitamento, o alimento exclusivo, devem ser alimentos semissólidos e sólidos. Não há exclusividade possível, mas que sejam alimentos sólidos”.
Questionado sobre quais as complicações colocadas a mãe por falta de aleitamento, Nanama respondeu que não existem evidências por falta de aleitamento. “Mas contam histórias que, falta de aleitamento afecta o colo, a juventude etc. São anedotas que contam, mas já referimos factores atrás que são realidades como stress ou eventuais cancros”.
Muitos questionam como é possível não dar água às crianças, tendo em conta o calor que altas temperaturas provoca. Ao responder a questão, o Conselheiro Simeon Nanama esclareceu que, o calor não constitui nenhum problema para quebrar a exclusividade do aleitamento nos primeiros seis meses, porque o leite da mãe tem 86% de água. “Quando a criança é amamentada, não há risco”, precisou.
Substitutos são um problema
Também é notável as baixas taxas de aleitamento na zona africana em discussão. Perguntado para revelar os motivos, Nanama sublinhou como factores “a presença de industrias que produzem substitutos do aleitamento”. “Existem substituto de leite e em muitos países não há lei que interdita. O que é que Unicef faz para interditar substituto de Leite? Para além das leis, os países devem implementar mecanismos para aplicação das leis. Porque o que se deve combater são as causas que levam a não utilização do aleitamento. Os países devem proibir, como é o caso de Gana”.
8% das crianças têm alimentação equilibrada em todos os grupos. Tendo em conta que a mudança climática é uma realidade, o que é que Unicef faz para acompanhar mães nas zonas rurais?
“Sobre as mudanças climáticas, é complexo, porque não há uma ligação clara entre a mudança climática e aleitamento materno. Na alimentação é claro, mas nisso não. Mas penso que a iniciativa sobre qual falamos, é preciso adaptar a mudanças climáticas”.
No seu entender, actualmente 75% das mães dão luz nas estruturas sanitárias e temos menos de 40% das crianças com exclusividade de aleitamento até seis meses. “Tudo isso é fraco, porque há substituto de leite. Há falta de leis que regulam venda; falta de conhecimento na mãe. As mães não têm tido informações suficientes para aleitar. Quando a mãe chega a casa, não tem quem o acompanha para poder dar leite a criança. Todos estes factores conjugam para o fraco aleitamento. É a combinação disso que deixa o aleitamento em 40%. Mas se estas barreiras forem ultrapassadas, se as estratégias lançadas pela Unicef foram implementadas, vamos chegar aos 70% que é a percentagem aceitável”..
Para o Unicef, as redes sociais não ajudam, porque existem muitas informações más sobre aleitamento materno e há claramente uma promoção dos substitutos de aleitamento. “O que se quer é que hajam informações justas para cada uma das partes. Quer para aleitamento materno, quer para substitutos”.