Está a beira de explodir no MADEM, a polémica idêntica àquela em curso no PRS. Um Congresso extraordinário a curto prazo é uma possibilidade, mas antes, serão feitas às subscrições para o Conselho Nacional. Alguns dirigentes do partido, membros do Presidium inclusive, deverão aparecer em público para contestar a forma de actuação de Braima Camará, através do Secretariado Nacional do Partido. Segundo estes dirigentes, um grupo de dirigentes tem falado em nome do partido, assumindo posições, assinando até acordos, sem receberem o mandato dos órgãos competentes. Os contestários vão exigir a cessação dessa prática, caso contrário, provocar-se-á mudanças internas. Os dirigentes pró-Braima Camará, não têm dúvida da estratégia de desestabilização interna, desenhada pelo Presidente da República visando apoio ao segundo mandato.
Como quem responde a estes ataques, Umaro Sissoco Embaló disse hoje (8) que, só pessoas que receberam vacinas na cabeça exigem que vá concorrer-se nas primárias de MADEM para pedir o segundo apoio do partido para o segundo mandato. “Deixei de ser militante devido as funções que exerço. Nessas circunstâncias, são os partidos que devem declarar apoio e não eu concorrer. Sou Presidente da República”, frisou Umaro Sissoco Embaló.
Os tumultos no MADEM já estão a serem sentidos no leste do país, quando um grupo de dirigentes liderados por José Carlos Macedo e Mutaro Coulibaly, Coordenador e Secretário Regional respectivamente que opõem quase todas as decisões da Direcção do partido e uma delas foi a recente convocação do Conselho dos Direitos à alguns dirigentes. Segundo a reacção em conferência de imprensa, Mutaro Coulibaly disse que, nenhum dirigente notificado deverá responder, enquanto a direcção do MADEM não reconsiderar a sua decisão sobre termos pejorativos utilizados contra os militantes que chamou de arruaceiros e violentos.
Ele voltou a insistir que, o Coordenador do MADEM para a região de Gabú é José Carlos Macedo, porque foi eleito para um mandato de quatro anos e nessas funções não pode sair. “Aquela suspensão do Conselho de direitos não nos vincula”, afirmou, voltando a exigir a direcção do MADEM para reconsiderar a sua posição de “acusar certas pessoas de terem arrombado a sede do partido”.
Os acontecimentos de leste são apenas um pormenor, no vasto leque dos acontecimentos contra o partido nos próximos tempos. A liderança de Braima Camará está tremida, porque a maioria dos membros do Presidium não têm aparecido e desde que entrou em colisão com Umaro Sissoco Embaló, jamais ninguém se apresentou ao lado dele.
Um alto dirigente disse ao UH que, ao comentar a possibilidade da propalada conferência de imprensa dos dirigentes, limitou a salientar que, os fundamentos existem, porque, jamais vão aceitar que um grupo reduzido dos dirigentes, o Secretário Nacional, o Secretário para a Comunicação, o líder da bancada e o líder da juventude passam todo o tempo a falar da direcção do partido sem ter instruções. “Mas têm instruções de Braima Camará para estarem a falar em nome do partido sem decisão dos órgãos. É isso que não se pode admitir num partido da dimensão do MADEM”, comentou.
Essa discordância já foi inclusive manifestada por, Aristides Ocante da Silva, alto dirigente do partido que, de imediato foi alvo de severos ataques dos apoiantes do partido. O que se sabe é que, o posicionamento dos dirigentes do MADEM pode estender para outros campos, como nomeadamente exigência de realização de um Congresso extraordinário. A este propósito, seria importante e urgente subscrições com vista provocar a reunião magna.