Sociedade

Marcha Pacífica: Frente Popular apela adesão e diz tratar-se de início de “dérbis para resgatar a democracia e a soberania”

O Coordenador da Frente Popular confirmou esta manhã (18) a realização de marcha popular pacífica contra a grave situação político, económica e social reinantes no país. Armando Lona qualificou de sem surpresas a comunicação infeliz do Ministério do Interior, através do Comissário da POP, porque no passado o chefe deles já tinha garantido que não haveria qualquer marcha. Sobre o alegado desconhecimento oficial na pretensão de realizar a marcha, Lona questiona, se o Ministério do Interior não tem informação, como é que sabe que haverá manifestação, ao ponto de promover uma conferência de imprensa. O que é verdade, como revelou, os funcionários do Ministério recusaram receber a correspondência da Frente Popular, violando todas as regras de boa conduta.

Numa manifestação em que palavras de ordem serão “lutar para o país sair de fome” “lutar para pôr fim a violência”, mas sobretudo o facto de ter sido confiscado por pessoas que não têm o país, Armando Lona qualifica a marcha “como dérbi da democracia; dérbi para resgatar a democracia e a soberania”.

O Coordenador disse o MI não tem moral de interditar a acção da Frente Popular que ocorrem diariamente manifestações em Bissau e no exterior, e existem concertos que são feitas todos os dias. Para ele, não tem cabimento dizer que a Frente Popular não tem condições de marchar, porque o que fizeram foi apenas “dar conhecimento”.

Quanto a existência de um outro grupo que vai manifestar, Armando Lona assegurou que, não há nenhum problema, porque o itinerário não é o mesmo. “Se se tratasse algo contrária a lei, estaríamos preocupados. Mas como não foi a lei e nem é no mesmo espaço, não estamos preocupados”, disse.

“Não estamos a dizer nada de ânimo leve. Nós é que somos República. Porquê? Porque foram, os nossos avós, nossos pais é que resgataram a República”.

Normalmente eventos dessa natureza são atacados pelos agentes da Polícia em nome da Ordem. Aos mesmos, o Coordenador aconselha que, a única solução é estarem junto do povo. “Não há ninguém que possa travar o povo. O Povo é que deve determinar o seu caminho para este país. Quero deixar recado para os agentes da Polícia…Não devem ir atrás das pessoas que dão ordens mesquinhos. Não devem manchar a imagem, porque os outros (chefes, ministros e secretários de Estados passam) e eles ficam”.

Ele garantiu que, todos os actos que vão ser colocados contra a população, vão ser monitorados para no futuro as pessoas serem responsabilizadas. “Quem escolher o caminho para travar a marcha, vai ter problemas”.

Sobre os fundamentos para a marcha, para além da fome, da violência e de violação dos demais princípios democráticos, Armando Lona questiona com estupefação, em que parte do mundo é que as pessoas atacam com máscaras o Supremo Tribunal; em que país do mundo ANP é encerrada até serventes não podem fazer limpeza; e como lidar com o aumento dos produtos de primeira necessidade que dispararam e não há sensibilidade. “Há uma pobreza de liderança no país. Não podemos continuar neste país sem escola, saúde, segurança ou os bens imediatos que queremos. Vamos aqui para o cumprimento da lei. Basta brincadeira com a Constituição da República da Guiné-Bissau.. A Polícia tem a responsabilidade de assegurar a Ordem Pública”.

Segundo disse, a lei guineense não precisa de ver a marcha ser autorizada. “Se a lei diz que, a manifestação não é autorizada, como é que trazem outra disposição para impedir? O Comissário referiu ao Despacho. Será que o despacho é mais válido que a Constituição”, questionou.

Ele denunciou que, os funcionários do Ministério do Interior rejeitaram receber a correspondência da Frente Popular.

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