O Estado-maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau (CEMGFA) emitiu um comunicado dia 11 Abril corrente mês para falar de assuntos políticos e deixar graves acusações e ameaças à dirigentes do PAIGC. Numa declaração realizada no Estado-Maior sem direito à perguntas, Samuel Fernandes leu um comunicado no qual acusam os dirigentes do PAIGC de se apregoarem como democratas, mas nunca aceitaram regras e uma das provas foi a recusa da vontade popular na escolha de um órgão que vilipendiaram durante muito tempo. O Estado-maior avisou no comunicado que, doravante vai estar firme nas respostas e que sobre as supostas tentativas de golpe de Estado, a seu tempo, os assuntos serão tratados e os culpados serão responsabilizados.
“O CEMGFA tomou conhecimento de um comunicado emitido pelo PAIGC, no qual emite graves insinuações sobre suposta conivência entre esta instituições e o actual Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas que implicam, segundo este partido, uma postura anterrepublicana e a instrumentalização das Forças Armadas na alimentação das denúncias sobre as duas últimas malogradas tentativas de golpe de Estado”, lê-se na parte introdutória do comunicado.
De acordo com o documento,. foi precisamente no sentido de alertar todos os ramos das nossas forças Armadas que o Estado-maior General das Forças Armadas promoveu uma sessão de sensibilização e de aviso a todas as unidades militares do país, de se manterem equidistantes e imunes as tentativas de aliciamento a que certos membros desta instituição, se deixaram envolver, manchando com este envolvimento a firme postura republicana que deve ser assumida pelas nossas Forças Armadas no cumprimento do seu dever constitucional.
“Contudo, perante este posicionamento incompreensível, provocatório dirigido as nossas Forças Armadas no patético comunicado do PAIGC, o Estado-maior das FA, por não ter vocação por querelas políticas de charneira e por não ter a competência para assumir o papel que compete aos tribunais, quer tão somente lembrar que, os acontecimentos de 1 de Fevereiro de 2022 e de 1 de Dezembro de 2023 que envolveram a participação directa de alguns militares, comprovadamente aliciados e mobilizados por políticos que, apesar de se apregoarem de democratas e republicanos, na prática sempre se recusaram assumir uma postura conducente a este título, de verdadeiros democratas e republicanos recusando, desrespeitando e vilipendiando sistematicamente um órgão de soberania e a vontade popular, provocando recorrentemente situações subversivas e perturbações antidemocráticas”, sublinha o documento.
A nota refere que, no seu tempo e em circunstâncias próprias, estas questões serão de certeza esclarecidas e os respectivos responsáveis traduzidos a justiça. “O CEMGFA afirma que doravante vai agir com firmeza e determinação contra todos aqueles, principalmente políticos que tentem alterar a Ordem Constitucional estabelecida, utilizando quartéis nas suas sórdidas e antipatrióticas conspirações”, promete o Estado-Maior na voz de Samuel Fernandes.
O CEMGFA, insiste a nota, ao levar a cabo a sua campanha de informação e esclarecimento em todas as unidades de todos os ramos, nomeadamente marinha, Força Aérea e Exército e as diferentes regiões militares, fê-lo com prévio consentimento do Governo, por sinal sob a tutela de um alto dirigente do PAIGC, e tornou público essa acção, através dos órgãos de comunicação social, sem quaisquer subterfúgios ou caucionamentos alheios como de forma irresponsável, desesperadamente como se pretende maliciosamente insinuar.
“Por fim, lembrar ao PAIGC que, as FA há muito que deixaram de ser o feudo de um partido politico e muito menos deixar de ser manipulados por interesses inconfessos de políticos e organizações políticas que teimosamente persistem em querer manipular e transformar as Forças Armadas em um instrumento de rupturas e golpes constitucionais”.
“Os tempos são outros e de há muito tempo a esta parte que está demonstrada de que o comprometimento das Forças Armadas, é pelo respeito pela Constituição, soberania e defesa dos superiores interesses do povo guineense e mais nenhuns outros”, concluiu o documento.