Diariamente sobe de tom, o nível de confrontação dos militantes do MADEM. De um lado o Coordenador, como líder, do outro, o Presidente da República como quem requere apoios. Na manhã de hoje (01 de Março), o Coordenador do MADEM, Braima Camará falou ás estruturas do partido e referiu a crise prevalecente no partido. Disse que, em alusão ao percurso do PR que, o poder é como uma mulher. Podes conquistá-la com mentiras ou chegar o poder com ludibriagens, mas a sua consolidação tem de ser mediante a verdade. “Sem a verdade, a mulher ou o poder, perdem-se”, avisou Braima Camará. Referindo-se frontalmente ao PR, o Coordenador do MADEM G-15 afirmou estar envergonhado, porque estão a sucederem situações que ele mesmo não esperava e nem pelas quais lutou.
Reafirmou em jeito de denúncias que, ficou triste ao saber que, o PR disse aos muçulmanos no Quintal da Presidência, um espaço praticamente público, de que (Braima Camará) não o apoiou nas presidenciais de 2019, mas sim suportou a candidatura do ex-PM, Carlos Gomes Jr. O mais grave, segundo Braima Camará, foi o facto de Umaro Sissoco Embaló o chamar de golpista perante os imames e de tê-lo considerado “mentor do caso 1 de Fevereiro”. “As nossas estruturas precisam de saber isso. Isso é político. E, Umaro Sissoco Embaló foi quem informou-me do golpe e disse-me ainda que, os militares estavam a ameaçar matar-me”, revelou.
De momento a decisão que motivou toda a polémica, isto é interdição da criação de Movimentos internos de apoio ao segundo mandato de Sissoco Embaló, mantém-se, pelo menos da parte de Braima Camará e seus apoiantes. “Querem deturpar a nossa posição. Todos sabem que Movimentos de apoio criam-se. O Nino Vieira teve; o Malam Bacai teve. O que não podemos aceitar, são militantes internamente a criarem Movimentos. O que fariam aqueles militantes, se o Conselho nacional escolher o candidato diferente”, questionou.
O Coordenador do MADEM fez questão de informar mais uma vez que, nunca aceitou exercer o poder a nível dos órgãos da soberania ou Ministério, porque é democrata, que jamais aceitaria funções sem vencer as eleições. “Mas estava em condições de ser tanto Primeiro-ministro como, ministro de qualquer área. Mas aqueles que estão nas funções hoje, incluindo o Presidente da República, fui dos seus mentores. Quem lhe colocou a faixa, foi o Nuno Nabian, Fui eu que trouxe o Nuno para este projecto. Sem o Nuno, não podia vencer. Aliás, em qualquer parte que o Nuno colocasse, esta seria vencedora. E devem lembrar que, quando fomos buscar o Nuno Nabian, ele era vice-presidente da ANP”, explicou para provar o seu importante apoio à Umaro Sissoco Embaló.
Numa luta que certamente vai produzir baixas internas, o Coordenador assegurou aos dirigentes do partido que, estão na política, pelo que os militantes e a população em geral precisam de saber muita coisa. “É esta a vossa missão. O trabalho que estamos aqui a fazer, será extensivo ás regiões. Da minha parte ainda não disse, mas vou falar um dia”, prometeu.
De momento, as expulsões estão fora da questão, mas Braima Camará tem conselhos, até porque, as declarações de certas pessos neste momento mostram isso. “Aqueles que vieram para o MADEM com convicção, para apoiar uma alternância que o povo actredita nele, são intocáveis. Mas, quem está aqui por interesse ou por dinheiro, a porta está aberta”.
Esta luta do MADEM na qual os principais protagonistas são Umaro Sissoco Embaló e Braima Camrá, as afirmações dos seus apoiantes são levadas em conta. Os apoiantes de Umaro Sissoco Embaló acusam o Coordenador do MADEM de extorquir dinheiro do Chefe de Estado e que o PR é o maior financiador do partido.
Sobre o assunto, Braima Camará não podia ser mais claro na resposta claramente direccionada ao PR. “Quando iniciamos o projecto MADEM até eleger 27 deputados, não tínhamos nada. Absolutamente nada. Foi um trabalho árduo com a verdade. Portanto, na Guiné-Bissau não é o dinheiro que ganha as eleições. Por isso, quem tem muitos carros, que fique com eles”, aconselhou.