O Presidente da República disse no princípio da tarde do dia 8 de Junho que, vai nomear qualquer nome que a Coligação Eleitoral Plataforma da Aliança Inclusiva (PAI Terra Ranka) indigitar para às funções de Primeiro-ministro. Numa declaração alusiva aos resultados eleitorais, Umaro Sissoco Embaló lembrou que, no passado prometeu não nomear Domingos Simões Pereira, mas garante que, na política às posições não podem ser irredutíveis e nem há inimigos permanentes.
O Chefe de Estado prometeu total colaboração com o futuro Governo e diz que, tendo em conta a maioria alcançada, a Coligação PAI Terra Ranka não tem qualquer necessidade de fazer alianças. aos seus aliados nas presidenciais, o PR avisa que, se alguém pensar que ele pode ser braço armado para guerrear o Governo, que desista. Aliás, no seu entender, fazer alianças, na óptica do PR, seria uma forma de recrudescer problemas internos e dar argumentos negativos, o que iria novamente perigar uma governação que reúne todas as condições para ser viável.
Mas a volta da mensagem do PR, o que mais surpreendeu a todos nessa tarde de 8 de Junho, foi o facto do Chefe de Estado “praticamente se juntar a festa da vitória” quando a multidão rompeu a barreira policial e militar na zona que dá acesso a Praça do Império. Todo o perímetro havia sido «vedado» por um cordão de segurança de militares fortemente armados, mas quando o veredicto foi conhecido, não conseguiram conter aqueles que queriam chegar a sede do PAIGC para festejar. E quando o PR terminou a sua mensagem, apareceu no largo do Palácio saindo inclusive fora da vedação ladeado de militares e alguns elementos do seu gabinete. O momento foi de delírio total e nem parecia um mal-amado nas hostes do PAIGC, porque não se conseguia distinguir em tanto ruído, aqueles que gritavam ‘viva presi’ com ‘rua sissoco’.
Na declaração política lida em português, mas depois explicada no dialecto crioulo, o Chefe de Estado começou por agradecer a participação cívica dos guineenses no processo onde exerceram o os seus direitos e escolheram deputados e a postura que os partidos políticos tiveram. Ele agradeceu todas as missões de observação eleitoral e aos organismos internacionais que ajudaram no processo, mas também na afirmação do civismo e na consolidação do Estado de Direito na Guiné-Bissau.
“Não posso deixar de realçar o papel da sociedade civil que ajudou para que o processo se decorresse na ética política. Independentemente dos resultados, reconheço o mérito do partido que venceu as eleições. Depois dos resultados e cumpridas as formalidades, vai-se iniciar a XIª Legislatura. Da minha parte, respeitando os resultados nomearei e darei posse ao Primeiro-ministro proposto pela Coligação PAI Terra Ranka”, afirmou.
Já no dialecto crioulo começou por destacar que o povo elegeu-o, por isso, ele elegeu o país através dessas eleições ganhas pela Coligação PAI Terra Ranka. “O nosso país é de desinformação. Mas posso garantir ao próximo Governo que comigo não podem esperar minas e dinamites. Vou coabitar com o novo Governo. Vou ajudar. Se a Coligação disser que o seu Cabeça de lista é que é Primeiro-ministro, vou nomear. Lembro que disse reiteradas vezes que mesmo se ganhassem com 102 deputados não nomearia Domingos Simões Pereira. Mudei da posição. O meu desejo era para que o MADEM (o partido que fundei) ganhasse; o PTG ou o PRS. Mas, o destino quis que fosse a Coligação e não tenho nada para fazer. Não sou inimigo do Domingos Simões Pereira. E não posso-me colocar contra a opção popular. A Coligação PAI Terra Ranka apresentou um programa e o povo escolheu. Não há nada para fazer”, disse o Chefe de Estado.
“Não contem comigo para guerra”
O Chefe de Estado assegurou que o único aliado e que o futuro Governo terá é ele e, os outros partidos só devem fazer a oposição. “É preciso que eles compreendam isso. Se forem buscar alianças, vão cavar um campo de guerra internamente. É bom lembrarem aquilo que o CADOGO fez. Ganhou com 67 deputados e foi buscar alianças e teve guerra. Se o PAIGC fazer o mesmo, não tenho dúvidas que terá os mesmos problemas. Aconselho-os a não caírem em erro de avaliação que avancem sozinhos para a governação”, aconselhou.
O PR chegou ao ponto de garantir que, se alguém pensar que ele será “cortina ou braço armado da oposição que se desengane, porque está para ajudar. “4 Anos são poucos. O PAIGC está há três anos na oposição e voltaram agora. Quem ficar na oposição que faça o seu trabalho. Que não espere que o Presidente da República estará aqui para fazer guerra ao Governo. Sou a partir de hoje, o maior aliado do futuro Governo. O Domingos penso que aprendeu. Não precisa de outras acções. Em mim, que acreditem que têm um aliado. Não podem ter a maioria e estar agora a ser refém dos outros”, insistiu.
Mais adiante, o Chefe de Estado destacou que, todos foram ao terreno e o Povo escolheu, pelo que todos devem respeitar. “Repito que não há inimigos permanentes. Na campanha disse que não iria nomear. Queria que os meus preferidos ganhassem, mas perdemos. Aliás, não perdi, porque sou Presidente da República. Agora, o que resta é eu ser aliados deles e ajudarmos na reconstrução nacional”, referiu antes de passar a responder em francês.