O presidente do Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG) disse não ter dúvidas que, se não fosse o aparecimento dessa formação política, o Presidente da República seria abandonado por aqueles que armam hoje serem seus amigos. Em comício popular realizado no interior do país (zonas de Cambadju), e mesmo sem citar o nome, percebe-se claramente que Botche Candé visava o MADEM, partido que considera estar a obstruir todos aqueles que querem aproximar-se do Chefe de Estado para ajudá-lo naquele que qualificam de bom trabalho que está a fazer.
Nos ataques indirectos ao MADEM, Botche Candé questionou aos populares se não lembram ou não conhecem quem foram aqueles que ameaçaram retirar confiança política ao Presidente da República. Essas referências aludem ao período em que havia um clima de tensão entre o Chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló e o Coordenador do MADEM, Braima Camará que teve como consequência, ausência deste último no país mais de 11 meses.
“Muitos hoje estão a elogiar, porque o PTG existe. Antes do PTG insultavam Umaro a todos os títulos. Decidiram recuar. Porque se não recuassem, iríamos junto do Umaro e disse-o é este o teu partido”, disse.
Falando em barreiras, Botche Candé denunciou que nos últimos tempos, praticamente não tem tido acesso ao Palácio da República, porque os novos amigos do Presidente não permitem. “Não consigo lá ir, porque não permitem. Mas quem nãa Guiné-Bissau não se recorda que houve grupo de pessoas que ameaçaram retirar confiança política à Umaro? Quem não conhece as pessoas que ameaçaram retirar confiança política à Umaro? Eles mesmos disseram que iriam retirá-lo confiança política”, apontou.
Bastante crítico aos seuis adeversários, Botche Candé assegurou que nunca traiu. Disse que foi assim com Nino Vieira, com bacai e Nhamadjo. Nunca traiu. “Uma das pessoas disse-me na altura quando estávamos em busca de um candidato. Disseram que devíamos escolher um candidato porque nós é que temos forças na base. Eu escolhi, Bacai Sanhá e eles escolheram Nino Vieira. Perguntaram-me ainda como escolher Bacai, se a sua esposa é baixinha e não tem jeito para ser primeira dama. Quando Bacai Sanhá chegou ao poder são essas pessoas que ficaram na presidência a ditar ordens. São estas mesmas pessoas que hoje estão com Umaro Sissoco Embaló”, revelou.
Na sua intervenção, o presidente do PTG avisou que, como conhecedior do Estado, tem evitado de dizer certas coisas. “Por respeito à Umaro Sissoco Embaló, não vou falar. Mas não tenham dúvidas que, se eu decidir falar, existem pessoas que não vão sair das suas casas”, ameaçou alundindo assim ao Coordenador do MADEM que, num áudio vazado recentemente, atacou bastante ao presidente do PTG.