Os discursos da campanha do PRS e do PTG estão em modo regressivo. O Governo e o MADEM deixaram de ser alvos de críticas, porque o Presidente da República atacou dos dirigentes do PRS e do PTG e depois controlou a situação através de negociações, cujas contrapartidas se mantém secretas. O PRS e o PTG que tanto criticaram o Governo e o MADEM pararam de fazê-lo neste momento.
No final da primeira semana da campanha eleitoral, o Presidente da República desceu ao terreno para falar da política. Aconteceu primeiro num encontro com os régulos e depois na inauguração do porto de pesca artesanal dia 19 de Maio. Nessas duas ocasiões, o Presidente da República deixou recados fortes em várias direcções aos partidos concorrentes, mas sobretudo a aqueles que consideram seus aliados nomeadamente, APU, MADEM,. PTG e PTG.
Ao PAIGC avisou que, se a coligação que integra vencer as eleições, não irá nomear Domingos Simões Pereira ou Geraldo Martins, porque, segundo ele, ambos têm processos judiciais e devem ir esclarecer a situação nos tribunais. Mas, admitiu nomear uma outra figura do partido, porque não tem qualquer ódio contra os mesmos.
Ao PRS e o PTG que passaram toda a primeira semana a criticar a questão da castanha de caju, o Presidente da República chamou de ingratos e hipócritas a a dirigentes desses partidos, porque segundo ele, fazem parte do Governo e não podem estar a criticar.
“Não gosto de pessoas ingratas, nem hipócritas. Este Governo é de aliados. Todos eles estavam aqui com excepção do PAIGC. Neste momento só o PAIGC e os partidos aliados podem criticar por não fazem parte. O MADEM, o PTG e o MADEM são da coligação. Não pode estar a criticar. Se continuarem a criticar vão ter consequências”, avisou.
Umaro Sissoco Embaló considerou que o PRS, MADEM, PTG e APU, estiveram numa aliança e todas as responsabilidades devem, ser partilhadas. Numa clara posição de força, o Presidente da República advertiu na sua intervenção que, tanto o PRS como o PTG jamais criticariam o Governo, porque quem o fazer vai assumir as consequências.
No dia seguinte a intervenção, UH soube de um encontro realizado na Presidência da República e que juntou os dirigentes do PTG, do PRS e do MADEM. Umaro Sissoco Embaló terá tentado reestabelecer a falhada aliança governativa, mas o máximo que conseguiu foi mesmo salvar o MADEM dos ataques directos dos seus aliados que já estavam a subir de tom entre Braima Camará e Botche Candé.
Fernando Dias, presidente interino do PRS terá resistido ainda a possibilidade de se deslocar a Presidência da República, mas pressão dos seus colegas fizeram com que cedesse.
No entanto, o que parece ter vigorado depois desse encontro é mesmo a mudança de discurso. Tanto o Presidente do PTG como o do PRS já não estão a actuar como faziam no passado. Fernando Dias por exemplo, depois do encontro de Sábado (19 de Maio) já apareceu em dois grandes comícios, mas não fez nenhum ataque ao MADEM.
O mesmo se pode dizer em relação à Botche Candé. E,m Bafatá onde na terça-feira (23) fez um grande comício, o presidente do PTG que antes disse que jamais responderia Braima Camará por este nunca dirigir qualquer instituição do Estado limitou-se a falar daqueles que, na sua opinião são projectos do partido.
Essa nova postura fez perder a intensidade a campanha de ambos os partidos, porque ficaram sem qualquer possibilidade de apontar erros num país em grave crise económica e social. O PTG ainda tem resistido através dos seus activistas que apareceram em público com áudios imputados a Braima Camará que, supostamente, junto da Comunidade fula, criticou a postiura que Botche Candé tem assumido. Alexandre Sana Djaló, militante e dirigente do PTG asseverou que, o MADEM utilizou nas presidenciais de 2019 o tribalismo contra o PAIGC, agora não querem que isso seja utilizado contra eles.