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Chegada de 120 militares da SSMGB “sem mandato e aval da ANP” concretiza o volt-face do PR sobre os militares guineenses

A anunciada vinda de militares da CEDEAO para a Guiné-Bissau depois dos acontecimentos de 1 de Fevereiro último, está concretizada. No dia 28 de Abril, um avião da força aérea da Nigéria aterrou no Aeroporto Osvaldo Vieira com um contingente de 120 homens. Não existem informações concretas sobre quem fez parte da missão, mas tratam-se de nigerianos tropas em nome da CEDEAO e vão chamar-se SSMGB.

A concretização dessa missão é a confirmação de um recuar e retirada de confiança por parte do PR, Umaro Sissoco Embaló aos militares guineenses que, em 2020 expulsou compulsivamente a missão porque acreditava neles e jamais aceitaria ser assegurado pela tropa estrangeira, conforme disse.

De repente, o PR pediu o seu regresso dos militares da CEDEAO sem qualquer aval da ANP. O Parlamento é contra, porque muitos deputados defendem que era necessário saber do mandato, e sobretudo uma solicitação, mas não conseguiu travar a decisão do Chefe de Estado.

O porta-voz do Governo confirmou na manhã do dia 28 de Abril a chegada da missão da CEDEAO. Os militares guineenses já admitiram no passado que não havia qualquer interesse sobre a vinda da missão, e não se sabe qual será nova posição, uma vez que já está concretizado.

Imagens postas a circular nas redes sociais e em alguns órgãos de comunicação, mostram um avião militar no aeroporto e pode-se notar a presença de viaturas da SSMGB com cor branca. No princípio da semana, já era visível a movimentação de viaturas militares da SSMGB (sigla por descodificar) na região de Cacheu e falava-se na nova força de manutenção da paz da CEDEAO.

Na terça-feira, a RFI cita fontes das Forças Armadas da Guiné-Bissau que disseram que será uma força composta por 631 militares e que seriam essencialmente militares da Nigéria, Senegal, Togo e Benim.

O que se pode confirmar é que, o primeiro contingente no país é nigeriano e mantém o mesmo mandato da força militar que a CEDEAO estacionou na Guiné-Bissau entre 2012 e 2020, na sequência do golpe militar de Abril de 2012.

As fontes contactadas pela RFI indicaram que alguns elementos da nova força da CEDEAO já se encontram no território guineense, desde dia 25 de Abril. Entraram através da fronteira de São Domingos, junto à região senegalesa da Casamansa.

Num primeiro momento, a força será de 631 militares, mas caso seja necessário será reforçada com mais militares. Também disseram que a força não se vai designar Ecomib, mas terá um outro nome.

O quartel-general da força será junto do Ministério da Defesa guineense, mas a sua base será no Regimento da Banda de Música Militar, junto ao aeroporto Osvaldo Vieira, nos arredores de Bissau. A grande questão de momento é saber quanto tempo a força irá permanecer na Guiné-Bissau e qual a sua missão específica, além de dar protecção às principais figuras do Estado, aos políticos e dar segurança física às instituições da República.

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