O deputado do Movimento para Alternância Democrática (MADEM G-15) denunciou na sua página oficial estar a ser alvo de ameaças. Manuel Irénio Lopes de Nascimento vulgo Manelinho qualificou às ameaças como sendo “recursos de covardes” e disse estar pronto para enfrentar os autores a qualquer momento. Manelinho foi o deputado de Nação que, em Novembro último defendeu no Parlamento impechement contra o Presidente da República depois de ser conhecida a assinatura secreta do Contrato de Exploração de petróleo e hidrocarbonetos entre Umaro Sissoco Embaló e Macky Sall, presidente do Senegal. Na altura e em clara defesa do Primeiro-ministro que denunciou o caso junto dos parlamentares, o deputado apelou o voto de retirada de confiança por parte do Parlamento ao Chefe de Estado, Umasro Sissoco Embaló, porque o seu comportamento simbiliza traição à Pátria.
No curto posto intitulado “as ameaças são os recursos dos covardes”, o político revelou que tem sido sistematicamente vítima de ameaças, mas assegurou minimamente preocupado com isso, tendo em conta a sua disponibilidade para a defesa.
“Telefonema anónima para ameaçar-me é uma vã tentativa de me amedrontar. Estou tranquilo na minha casa e que ninguém preocupa com isso”, escreveu o dirigente do MADEM, ex-presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau.
A situação do deputado não é nova e nos últimos seis meses já teve choques públicos com, o Presidente da República. O primeiro choque foi no crítico e polémico Conselho Nacional do partido em Julho, quando advertiu ao Chefe de Estado para não subestimar o MADEM, porque foi esta formação política que o suportou para ser o que é hoje. Na sua intervenção na altura, o deputado acusou o PR de usar o partido para chegar o poder e agora quer descartá-lo.
O segundo choque aconteceu no parlamento. Quando os deputados José Carlos Macedo e Cipriano Mendes Pereira ‘Nhina’, todos próximos do Braima Camará, Coordenador do MADEM G-15, denunciaram que eram vítimas de ameaças em virtude das posições que assumiram sobre vários assuntos. José Carlos Macedo decidiu mesmo colocar o seu lugar a disposição, devido essas ameaças. Manuel Irénio Lopes de Nascimento saiu em defesa dos mesmos e disse que ninguém pode ameaçar os deputados. E o tom das críticas aumentou quando se soube em Novembro do contrato de exploração assinado pelo PR sem conhecimento do Governo e muito menos do parlamento.
Em plena sessão parlamentar na qual se interpelou o Primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabian sobre a matéria, o deputado foi dos mais críticos ao comportamento do Chefe de Estado.
Ele considerou de falta de observância às normas quando o PR decide usurpar as competências de um órgão tão importante como é que o caso da ANP. Por isso, acha que na referida sessão na qual se votou uma resolução que anula o Acordo entre os dois PR, se devia votar impechement.
Não se equacionou jamais em essa possibilidade no parlamento (votar impechement), porque tal figura só consta na Constituição da República em discussão.
Na parte final do seu post de denunciou e em crioulo, o deputado escreveu: ‘Luto di iagu Ika pirsis modja mon’ (literalmente traduzido, significa que, ninguém pede permissão para preparar os punhos, quando a briga é na água).
O MADEM foi o partido que propôs Umarpo Sissoco Embaló para candidato à Presidente da República, mas há mais de um ano que as partes se incompatibilizaram.