Octávio Lopes, alto dirigente do PAIGC e subscritor da recente Carta Aberta de cinco militantes dirigida ao presidente do PAIGC, anunciou dia 18 de Janeiro que é candidato a liderança daquela formação política com “Uma Agenda para o Partido e para a Guiné-Bissau”. Lopes disse que, se for eleito presidente do PAIGC vai devolver o partido as bases, mas a curto prazo, vai recuperar o Governo.
Na nota tornada pública, Octávio Lopes escreveu que é do conhecimento de muitos que tem a aspiração de liderar o PAIGC e, através dele, a ambição de transformar a Guiné-Bissau. “Essa vontade foi comunicada pela primeira vez ao Camarada Domingos Simões Pereira, Presidente do Partido, aquando do IX Congresso Ordinário realizado em 2018. Na altura, em prol da união do Partido, conclui que, apesar das nossas divergências nas opções e estratégias, era momento de cimentar a coesão interna para alcançar os objectivos propostos. Assim, prescindi da minha candidatura, coloquei-me à disposição do Camarada Presidente, tendo-o acompanhado e assistido em tudo quanto o Partido entendeu que pudesse ser útil no cumprimento das metas traçados”.
Para Octávio Lopes, durante os 2 mandatos de Domingos Simões Pereira à frente do Partido (2014-2018 e 2018- 2022), nem sempre comungaram as perspectivas e pontos de vista nas discussões internas, mas com espírito de militância e de bem servir, sempre uniram na execução e implementação das deliberações dos órgãos competentes, porque o PAIGC e o País assim mereciam.
“Com muita honra e sentido de missão, e após reunião com o Presidente do Partido sexta-feira dia 14, torno público a minha disponibilidade e intenção de ser o primeiro subscritor de uma Moção de Estratégia Global e, consequentemente, candidato à liderança do PAIGC no X Congresso Ordinário, marcado para os dias 17, 18 e 19 de fevereiro 2022, em Bissau e, por inerência funções, candidato ao cargo de Primeiro Ministro da Guiné-Bissau”.
Lopes destacou na nota que, no encontro com Domingos Simões Pereira, apresentou-lhe, em sínteses, as motivações da sua candidatura, revelando os pilares sobre os quais assentam os objetivos programáticos e estratégicos que dão suporte à sua Moção “Uma Agenda para o Partido e para a Guiné-Bissau”.
“A Moção, “Uma Agenda para o Partido e para a Guiné-Bissau”, será um instrumento pragmático, com metas e objetivos estratégicos ambiciosos a médio e curto prazo.
(i) A curto prazo (agora imediato) – Assumir a governação do país antes do fim do primeiro semestre de 2022, protagonizando uma solução governativa que reflita a vontade do povo expressa nas eleições legislativas de 2019. (ii) A médio prazo – Ganhar as eleições legislativas de 2023 com uma maioria absolutamente inequívoca.
(iii) A longo prazo – Eleger Presidente da República de todos os guineenses o candidato apoiado pelo PAIGC nas Eleições Presidenciais de 2025”, escreveu Octávio Lopes.
O pretenso candidato garante que, ao estabelecer este nexo de causalidade entre estas prioridades programáticas, o fez com a convicção de estar a interpretar e expressar a vontade da maioria silenciosa de militantes, responsáveis e dirigente que reconhece e compreende a necessidade de mudar de direção e a urgência de trilhar um novo caminho que permita ao PAIGC assumir a plenitude das suas responsabilidades com o povo guineense. “Assegurei ainda ao Camarada Presidente, que com estas linhas orientadoras, estaremos na direcção certa para, em 2025, garantir o pleno democrático: Um Presidente, uma Maioria e um Governo do PAIGC.
Para que isso seja possível, temos que priorizar os interesses colectivos do partido, e cada um de nós, assumir o desafio/objetivo estratégico que no contexto político actual, estiver em melhores condições de cumprir. Juntos, em conjugação de esforços, podemos oferecer ao país o ambiente ideal para implementar o programa de desenvolvimento com potencial para transformar o presente e futuro da Guiné-Bissau e dos seus filhos”, sublinhou.
“Por fim, aproveitei ainda a ocasião para reiterar ao Camarada Presidente do PAIGC a minha simpatia e apreço pelo espírito de sacrifício e luta demonstrado na defesa dos interesses do Partido, comprovando que foi um líder à altura dos desafios que enfrentamos durante o período em que nos dirigiu.”