O empresário e político, Bernardo Braima Mané, vulgarmente conhecido por meandros políticos e sociais guineense por ‘Braima Cubano’, disse estar extremamente desgastado com o PRS devido a sua ausência pela segunda vez consecutiva no Congresso do Partido. Em função desse desgaste e ausência na reunião magna do partido sem qualquer justificação, o político concluiu que se quebrou o vínculo de confiança pelo que jamais se assumirá como militante do PRS. Mané prometeu cumprir nos próximos dias, os procedimentos para a desvinculação como militante, porque já não sente qualquer compromisso com o PRS, pelo que está liminarmente afastada a possibilidade de reconsiderar a sua pré-anunciada decisão de sair. O empresário não revelou o seu destino político que diz que vai ser conhecido para breve, mas tudo indica que será o PAIGC partido que antes pertencia e que agora considera o menos tribalista, onde cada um consegue afirmar por mérito.
A intenção de Braima Cubano abandonar o PRS foi conhecida minutos depois do VIº Congresso iniciar na ilha de Gardete. Depois de confirmar que não era congressista e não obstante promessas de diligências que lhe foram feitas pelos organizadores, Bernardo Mané disse que nunca criou alguma agitação, porque sempre acreditou que as formalidades exigidas pelos organizadores e que cumpriu integralmente seriam respeitadas. “Tenho nove anos de militância no PRS. Em 2017, aquando do Vº Congresso, já estava quase a cumprir o quarto ano de militância e era deputado da Nação. Não tomei parte no Congresso, porque alegaram que para ser delegado tinha que ter 3 anos. Eu já estava perto de quatro. Este ano alegaram que todos devem recensear nas bases para ir ao Congresso. Eu recenseei no Círculo 29. Apesar de tudo isso, o meu nome não consta na lista dos delegados”, começou por explicar.
Mané revelou ter aderido ao PRS por uma causa. Foi em honra a memória do irmão, Pedro Bacar Mané, membro fundador do PRS juntamente com Koumba Yalá o líder carismático do partido. “Infelizmente impediram-me de honrar a memória dele”, lamentou para mais adiante abordar os motivos de estar a ser retaliado no partido. “Está claro: não me perdoaram a decisão de não aceitar assumir as funções num dos governos. Eu estava certo. Porque estava num Governo e não conseguimos aprovar o programa, não seria um outro a fazê-lo. Mas lamentavelmente aquela decisão pesou tanto no meu percurso político no PRS e chegamos a este ponto hoje. Lamento, mas é assim a vida”, prosseguiu.
Braima Cubano sai do PRS de forma magoada, mas assegurou a imprensa que tem a obrigação de fazer alguns reconhecimentos. “Não posso ser ingrato, por mais que a dor seja forte. Cheguei ao topo da política neste país graças a Deus e ao PRS. É histórico. Fui deputado, graças a deus e ao PRS. Fui membro do Governo, graças a Deus e ao PRS. Por mais que possa estar triste que possa estar neste momento com a forma como me trataram, tenho a obrigação de reconhecer. Mas tenho mais: tenho a obrigação de agradecer ao Alberto Nambeia por ter acreditado e apostado em mim. Essa aposta teve seus frutos. Elegi como deputado, para o partido, mas também para mim, pelo que jamais devia esquecer. Fui membro do Governo. Portanto, o meu muito obrigado a Alberto Nambeia e aqueles que me ajudaram no partido”, agradeceu.
Responsável pelo asseguramento de imagem e som de maioria de acções políticas do PRS nos últimos 9 anos, através da sua empresa de comunicação denominada ‘Cuba Som’, Braima Mané não cansa de referir que se sente gravemente injustiçado, por sempre deu tudo o que tinha para o bem-estar do partido em particular e o país em geral.
“Fui coerente politicamente com o PRS. É preciso que se diga isso, mas infelizmente até aqui acabou. Aliás, se não fosse essa fidelidade para com o PRS, hoje seria deputado da Nação numa outra formação política. Fui contactado duas vezes pelo líder do PAIGC e 5 vezes pelo líder do MADEM para se candidatar como deputado nas listas dos seus partidos, mas sempre declinei, porque era do PRS. Estou seguro que, se tivesse aceite qualquer dos convites, hoje sou deputado da nação. Mas a fidelidade ao PRS, acabou por dar nisto. Lamento e não vou poder continuar este percurso”, revelou Braima Mané ‘Cubano’.
“Vou continuar a fazer a política”
Para trás, Mané considera que deixa um partido com muitos problemas internos por resolver e faz votos para que o presente Congresso seja um passo. Negou que jamais atacará o PRS por não estar lá e agora só vai dedicar ao seu futuro partido. “Vou continuar a fazer a política, porque é uma das formas de estender os meus apoios aos mais necessitados. Tenho apoiado de várias maneiras. Os apoios mais visíveis foram construção de locais de cultos, hospitais, transporte de doentes, restos mortais e demais outros apoios. Faço tudo isso com meios próprios e sem nada de política. Mas a política é uma área que permite a participação na tomada de decisões. Também posso ajudar e vou continuar a fazer”, assegurou sem nunca aceitar revelar a sua futura formação política.