A classe jurídica guineense continua a buscar os motivos para a não deposição de documentos para a candidatura de Ladislau Embassa, para o cargo de Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, após a morte de Saido Baldé. Nas eleições de Maio último, Ladislau Embassa perdeu por uma diferença de um voto para o falecido presidente do do STJ, mas após a morte do presidente e quando todos acreditavam que seria o candidato mais ideal, o Juiz Conselheiro optou por não depositar e muito menos explicar pos motivos. Alguns dos seus apoiantes garantiram apo Jornal Última Hora que, Ladioslau Embassa limitou apenas a recusar e remeter-se ao silêncio e quando lhe questionaram, esquivou-se de dar resposta, frustrando todas as expectativas dos seus colegas. Na busca das razões, alguns sectores da magistratura judicial guineense admitem que, a possibilidade de Ladislau Embassa concorrer para o posto de Comissário para a CEDEAO, é uma delas. Outros não acrerditam nessa versão, porque o próprio Ladislau Embassa já terá afastado liminarmente essa hipótese.
Quem acredita na versão de Ladislau Embassa acha que, pode até concorrer para o aludido posto para a CEDEAO, porque será depois nomeado pelo Presidente da República de quem recusou trabalhar como Procuradopr-Geral da República. Quando Umaro Sissoco Embaló assumiu o cargo de Presidente da República, Ladislau Embassa apresentou demnissão e muitos acreditavam tratar-se de uma estratégia política para poder desequilibrar as contas durante o contencioso eleitoral. Mais tarde, segundo uma fonte, soube-se que houve uma divergência entre Ladislau Embassa e Umaro Sissoco Embaló e terá sido isso que precipitou a sua demissão como PGR, cargo para que foi nomeado por, José Mário Vaz em 2019.
Para muitos essa versão de divergência com Umaro Sissoco Embaló confirmou-se em Maio último quando, o falecido presidente, Saido Baldé, considerado candidato de Umaro Sissoco Embaló apresentou a candidatura, Ladislau Embassa também decidiu avançar e teve apoio do sector judicial “moderado” que o via como o único capaz de evitar a politização do sector. Esse apoio ficou expresso nas urnas e Ladislau Embassa perdeu por um voto de diferença em relação a Saido Baldé, então presidente eleito.
Com a morte de Saido Baldé, o Conselheiro Ladislau Embassa era visto como candidato natural, mas de repente desistiu de concorrer. A atitude provocou um surto de estranheza entre os magistrados judiciais que incessantemente tentam compreender o que está por detrás da decisão.
Apesar da recusa de Ladislau Embassa, em como a sua desistência estará ligada a a pretensão de assumir um posto internacional, a verdade é que muitos não descartam essa possibilidade. Só que, para estes cépticos, se acontecer, será uma forte “machadada” para o sector judicial, tendo em conta que será prova de que todos vergaram face às manipulações políticas.
Falta de consenso na classe jurídica
A decisão de Ladislau Embassa em não concorrer, é mais um elemento para adicionar nas graves falhas que estão a ser cometidas pelos magistrados nesse processo de sucessão de Paulo Sanhá. Os mesmos reconhecem que “há uma ávida” pretensão da classe política controlar o sector, pelo que podia ser blindado com projectos coordenados e juiz com outro grau de idoneidade, mas tem faltado sempre o consenso.
Por exemplo o sector considerado moderado e que sempre se opôs a eventuais interferências, queria por exemplo no pleito de Maio que se inviabilizasse a candidatura de Lima André, actual vice-presidente, por ter um processo disciplinar que o impediria de candidatar. Este processo nunca foi tratado, tendo Lima André avançado como candidato a vice e venceu na altura Osíris Ferreira.