Política

Braima Camará denunciou dirigentes do MADEM que pensam criar um partido de fulas

O Coordenador do Movimento Alternância Democrática (MADEM G-15) denunciou a existência no seu partido de dirigentes que alegam que, os fulas constituem 40% da população guineense pelo que devem criar um partido político. Em reunião da Comissão Política do MADEM em Bafatá, Braima Camará denunciou igualmente que existem no partido, dirigentes que ameaçaram retirá-lo da liderança, porque acham que está desgastado. Em função dessas afirmações e ameaças, Braima Camará prometeu que não vai virar cara nessa luta e vai derrotar todos aqueles que não o respeitam, através da expulsam de mandingas e fulas bandidos no MADEM. Camará disse que está a ser vítima de traição, apesar de todo o esforço que faz para o MADEM e que, sente vergonha de revelar o que está a viver neste momento como responsável do partido no poder, mas pode apenas adiantar que é pior em relação ao período em que Domingos Simões Pereira era Primeiro-Ministro.

No espaço de uma semana, foi a segunda declaração do Coordenador do MADEM contundente e cheia de indirectas. Só que desta vez as indirectas parecem estar mais direccionadas para os altos dirigentes e embora sem pronunciar os nomes, nota-se claramente que se referia ao Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló e ao vice-Primeiro-ministro, Soares Sambú. Porque, Braima Camará considera-se ser traído e desprezado por pessoas que ajudou a chegarem onde estão, mas que agora estão em campanha para derrubá-lo.

Começando a sua intervenção com eventuais investimentos que faz para o partido, o Coordenador do MADEM entende que todos deviam contribuir, porque estão em funções de topo e ganham muito dinheiro. “Infelizmente ninguém contribui para o partido. Quem fica no partido para atender os apelos da população e dos militantes sou eu. Mas neste momento não sou nada a não ser um simples deputado. Coloquei as pessoas no Governo e no parlamento e lá são tudo. Ministros, vices-ministros, presidentes das Comissões especializadas etc…. e eu apenas um simples deputado. Eles ganham milhões de Fcfa. Outros ganham subsídios de 25 milhões, 30 milhões e outros 50 milhões. Como deputado, ganho apenas 900 mil Fcfa”, revelou Braima Camará.

Nessas suas declarações, Braima Camará fez questão de denunciar que ninguém investe no 1 Fcfa apenas no partido. E com os seus 900 mil Fcfa é obrigado a atender os pedidos e a gastar diariamente cerca de 1 milhão de Fcfa. “Só eu sei como consigo fazer isso. No dia em que gastar apenas 1 milhão louvo a Deus. Mas se querem que eu peça esmola, estão enganados. Se custar, vou vender mais casas minhas, mas não vou bajular à ninguém”, assegurou o Coordenador do MADEM.

Camará questionou porque deve ser ele apenas a investir dinheiro no partido, tendo em conta que os outros estão a tirar proveitos.

Na sua comunicação, Braima Camará revelou decidiu fazer a abordagem dessa natureza, porque há necessidade dos militantes terem noção daquilo que está a passar. “É importante saberem que o partido não está bem. Há muita movimentação em Bissau de pessoas contra a actual direcção”, disse para revelar que, essas pessoas é que foram a região de Gabú e tiveram a merecida resposta. “Traição foi o pago que queriam para mim, mas as estruturas do partido souberam reagir”, disse.

E falando em traições, Braima Camará revelou que, depois de souber das movimentações ameaçou tomar medidas internas. “Sabem qual o recado que me enviaram? Disseram que, se eu mexer nas estruturas do partido vou perder Bafatá. Por isso faço nomeações hoje para ver o que podem fazer”, afirmou em tom de desafio, ao mesmo tempo que, indicou aqueles que vão doravante ser responsáveis do MADEM em Bafatá. “Neste partido vamos acabar com mandingas e fulas bandidos e mentirosos. Aqui não há tribalismo e nem pode haver”, frisou.

Perante uma sala repleta de dirigentes, o Coordenador prometeu que, na reunião dos órgãos vai fazer mais revelações. “Chegou a Hora!. Koumba Yalá dizia: um morremos todos, ou vivemos em paz permanente. Não posso admitir aquilo que está a acontecer hoje. Como é possível eu dar corpo a esta luta! Levar o PAIGC a oposição e transformar-se num simples homem em Bissau. Será que sou burro?”, questionou.

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