As forças de defesa e segurança da Guiné-Bissau estão a viver um período de muita tensão. Há uma revolta generalizada dos jovens com o comportamento do Governo. Depois do juramento no dia 5 de Junho dos 201 militares e forças de segurança colocados na Presidência da República, para garantir a Segurança do Chefe de Estado, os candidatos à polícia principalmente recusaram prestar serviços nas diferentes esquadras do país.
Em causa, está aquilo que os agentes da Polícia consideram de descriminação e falta de interesse dos responsáveis dos seus Ministérios em resolver os seus problemas, tendo em conta que, prestam serviço há mais de dois três anos sem prestar juramento da bandeira. Agravante é que, depois do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló ter assumido as funções, enviou para Conco um conjunto de homens para ser formados em matéria de segurança e defesa.
Acontece que, meses depois de regressarem, os formados de Umaro Sissoco Embaló com menos de 5 meses nas fileiras das FA e de Segurança prestaram o juramento de bandeira, o que acaba por vinculá-los automaticamente ao Estado.
A decisão de não prestar serviço a nível das quadras foi comunicada ao Comissário Geral da Polícia de Ordem Pública da Guiné-Bissau dias antes do juramento, como forma de pressionar o Governo a encontrar a solução, mas não resultou em nada. Preocupado com a situação, o Comissário foi obrigado a deslocar a diferentes unidades no sentido de sensibilizar os candidatos à polícia as desistirem de ideia. Por exemplo, no Ministério do Interior, antes de sair, o Comissário terá tocado a formatura no qual pediu a todos para se acalmarem, porque as suas questões serão tratadas.
Apesar dessa sensibilização, os jovens ainda criticaram severamente o procedimento0 denunciando poder ser uma fporma de desmoralizá-lo. “Aquilo é injusto. Nós estamos a prestar serviço há mais de quatro anos e não nos dizem nada. Estes chegaram e em menos de 5 meses já juraram”, disse um dos candidatos que garantiu ter cessado momentaneamente a sua presença na esquadra.
Mas os protestos não foram apenas verbais. Soube UH que, alguns jovens preparavam mesmo para organizar um pequeno motim de protesto, mas cedo os responsáveis dos serviços de armamento a título preventivo reforçaram medidas de segurança.
Como forma de retaliar, alguns decidiram nos últimos tempos ausentar, tendo em conta que não têm qualquer expectativa de verem incorporados legalmente através do julgamento.
O juramento dos 201 militares formados na República do Conco foi uma decisão unilateral do Presidente da República, mas rapidamente aderida pelo Ministério da Defesa, através do Estado-Maior General das Forças Armadas e do Próprio Ministério do Interior e da Ordem Pública.
“Este Estado é absolutamente desorganizado. Aquele foi um recrutamento clandestino e ilegal. Todos viram tratar-se de uma imposição do Presidente da República. Anós aqui, a lutar e a correr riscos, ninguém não se interessa de nós”.