Os dados publicados no passado dia 25 de Maio corrente relativos aos testes da COVID-19 realizados por cada Estado membro da Comunidade Económica dos Estados de África Ocidental (CEDEAO) revelam que, a Guiné-Bissau ocupa a nona posição, ao conseguir testagem para 5,6% da sua população correspondentes a 66 mil pessoas. A CEDEAO no seu todo com uma população de cerca de 402 milhões de habitantes, só conseguiu testar 6 milhões correspondentes a 6,4%.
Baseando nos dados que UH teve acesso, a Guiné-Bissau está apenas atrás de países como Cabo Verde que, com 559 219 mil habitantes, testou cerca de 160 mil correspondente à 18, 4%. De sublinhar ainda que, estão no topo dos testes a República da Gâmbia com 68 mil testados (8,8%) de população de 2 452 milhões de habitantes, a Nigéria com uma população de 208 milhões testou apenas dois milhões 7,9%, enquanto que, Ghana e o Senegal com população de 31 milhões e 16 milhões respectivamente testaram apenas 8,1%. Tal implica que, o Ghana com 31 milhões de habitantes conseguiu fazer testes à 1,1 milhões de habitantes e o senegal com 16 milhões até o dia 25 de Maio fez testes á 509 mil pessoas. Acima da Guiné-Bissau na classificação estão ainda Costa de Marfim com uma população de 26 milhões de habitantes, apenas testou 619 mil correspondentes a 7,6%, enquanto que, com 21 milhões de habitantes, o Burquina Faso fez teste á 186 mil pessoas equivalentes a 7,2% da população.
Na fasquia de 5% da população que as estruturas de Covid-19 nos Estados membros da CEDEAO fizeram testes, para além da Guiné-Bissau está a Guinée-Conacri. O número de população da Guinée-Conacri é de 13 milhões de habitantes e se fez testes a 386 mil habitantes, que constitui 5,9% da população.
Abaixo da Guiné-Bissau em termos de classificação dos países da CEDEAO mais testados estão seis países. Niger com uma população de 24 milhões de habitantes fez testes de Covid-19 a 105 mil pessoas (5,1%), enquanto que Mali com 20 milhões de habitantes fez testes a 291 mil, 4,9%.
Na cifra de apenas 4% de população testado estão Togo. O país conta com um pouco mais de 8 milhões e testou apenas 329 pessoas correspondentes a 4,1%. Abaixo de 3% de população testada estão dois países. Serra Leoa e Libéria. A população total de Libéria é de 5 milhões de habitantes e apenas 103 mil foi submetido aos testes, qualquer coisa como 2,1%, enquanto Serra Leoa tem uma população de 8 milhões de habitantes e apenas 2,5% da população foi testada ou seja 165 mil pessoas foram testados.
Na cauda dos testes nos países da CEDEAO está o Benim. 12 milhões de habitantes, o país fez testes apenas a 605 mil pessoas, correspondentes a 1,3%.
No total de 402 milhões de habitantes estimados na CEDEAO, as estruturas de Covid-19 conseguiram testar apenas 6 milhões correspondentes a 6,4 milhões de habitantes.
Guiné-Bissau registou os seus primeiros casos de COVID-19 em março de 2020.
Entretanto, segundo a OMS, a testagem é uma das principais estratégias para o combate à pandemia, porque permite a identificação e a interrupção de cadeias de transmissão da infeção, consequentemente reduzindo o aparecimento de novos casos.
Assim, os países foram recomendados a aumentar a testagem é por isso uma parte integrante e fundamental da estratégia do Alto Comissariado para interromper a transmissão do vírus SARS-CoV-2 e terminar a fase aguda da pandemia.
No caso da Guiné-Bissau em concreto, com a criação do Alto Comissariado em junho de 2020, a taxa de realização de testes aumentou 2,5 vezes, passando de 2,999 testes realizados em Maio de 2020 para 7,538 testes realizados em Setembro de 2020, apenas três meses após a criação do Alto Comissariado.
Os responsáveis das estruturas de combate à Covid na Guiné-Bissau lamentam que, aquando da sua criação, apenas dois laboratórios realizavam testes de diagnóstico da COVID-19 e as amostras das Regiões sanitárias deviam ser transportadas para Bissau, com atrasos na receção dos resultados. “Hoje, todas as regiões sanitárias estão capacitadas para a realização de testes, exceto Farim e ainda existe um laboratório privado credenciado para a realização de testes”, comentou um responsável do Alto Comissariado.
Como testar com greves
O Alto Comissariado refere ainda numa nota que UH teve acesso que, para além disso, melhorou-se a capacidade laboratorial, de forma que os resultados estão disponíveis nas 24 horas que se seguem à colheita das amostras, e os utentes são informados da disponibilidade dos seus resultados por mensagem telefónica (sms) e têm a possibilidade de aceder aos seus resultados online.
Aliás, com base neste ritmo, a Guiné-Bissau classificou-se no quinto lugar entre os países no espaço da CEDEAO com melhor taxa de testagem, superando países como a Nigéria, o Senegal, a Guiné-Conakry e a Costa do Marfim conforme dados apresentados pelo Diretor-Geral da Organização Oeste Africana da Saúde em Novembro de 2020.
“Infelizmente, com as sucessivas greves no setor da saúde, a taxa de testagem diminuiu de forma significativa nos últimos 3 meses, o que provocou a descida da Guiné-Bissau para a posição 9 no ranking dos 15 países da CEDEAO”, lamentou a mesma fonte.