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Líder da oposição do Senegal pede intensificação dos protestos

O líder da oposição senegalesa, Ousmane Sonko, apelou na segunda-feira (8) à noite para continuar e reforçar a sua “mobilização”, embora tenha assinalado que a “revolução” contra seu julgamento em curso deva ser “pacífica”.

“A revolução já está em andamento. Nada e ninguém será capaz de pará-la”, disse o deputado à imprensa, logo após ser libertado em condicional de uma acusação de estupro. Sua prisão causou grande agitação no país.

“Esta mobilização tem que ser mantida, tem que ser muito maior ainda, mas acima de tudo tem que ser pacífica”, acrescentou Sonko.

A audiência coincidiu com uma convocação de protestos anunciada por um coletivo que tem a participação do partido de Sonko.

O presidente senegalês, Macky Sall, na noite de segunda-feira, pediu a seus concidadãos “calma e serenidade” em sua primeira intervenção pública desde a prisão de seu principal oponente em 3 de março.

Em um discurso televisionado, Sall pediu que a justiça “siga seu curso independentemente” no caso Sonko e anunciou um “relaxamento” do toque de recolher em duas regiões, incluindo Dacar.

Depois de três dias de confrontos e saques desde sua detenção, em 3 de março, as autoridades posicionaram veículos blindados em Dakar, capital do Senegal, um país de 16 milhões de habitantes e em geral politicamente estável.

Dezenas de simpatizantes compareceram ao tribunal e gritaram frases de apoio a Sonko.

Sonko “foi indiciado no caso de estupro e colocado sob controle judicial”, disse um de seus advogados, Cira Clédor Ly, a repórteres.

“Ele está voltando para casa. Ele está livre”, disse outro de seus advogados, Étienne Ndione, depois que seu cliente compareceu perante o juiz.

Na tarde desta segunda-feira, milhares dos seus apoiadores, na sua maioria jovens, reuniram-se na Praça da Nação, tradicional local de concentração da capital senegalesa.

A polícia dispersou os manifestantes com gás lacrimogêneo, ao qual os primeiros responderam com pedras, apurou a AFP.

O opositor, que ficou em terceiro lugar nas eleições presidenciais de 2019, é considerado um dos principais rivais do presidente, Macky Sall, no pleito de 2024.

Ele foi detido oficialmente por perturbação da ordem pública quando caminhava, durante uma manifestação, em direção ao tribunal em que havia sido convocado a responder por acusações de estupro, apresentadas por uma funcionária de um salão de beleza que Sonko procurou para tratar de dores nas costas, segundo sua própria explicação.

Sonko afirma que a acusação é um complô planejado pelo presidente para afastá-lo das próximas eleições.

O coletivo Movimento de Defesa da Democracia (M2D), que inclui o partido do opositor, outras formações e várias organizações, convocou manifestações nas ruas por três dias.

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