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Umaro Sissoco Embaló denuncia golpe de Estado e em reuniões com militares equaciona presença de forças estrangeiras

Parece ganhar força a possibilidade do país ter forças estrangeiras para proteger as instituições e seus titulares. Dias depois de denunciar que estava em curso tentativa de golpe de Estado, o PR, Umaro Sissoco Embaló desdobrou-se em reuniões com forças de Defesa e Segurança do país. No dia 16 de Fevereiro, o encontro foi com os militares no Estado-Maior.

No dia 17, o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló reuniu com forças de Segurança no Ministério do Interior. Em todas essas reuniões, o assento tónico do Chefe de Estado, segundo o ministro do Interior a saída da reunião do dia 17, foi pedir aos responsáveis para colaborarem na promoção da paz e segurança.

No entanto, o Jornal Última Hora apurou de que o PR fez críticas ao militares, tendo advertido que, se a insegurança continuar a pairar, vai encontrar mecanismos próprios para resolver o problema. Terá sido com base nessa advertência que foi admitida a possibilidade de forças estrangeiras para guardar a segurança do PR.

Antes das reuniões, foram as denúncias. O PR denunciou que ouviu rumores de golpe de Estado em que às pessoas prometeram matá-lo, matar os ministros da Defesa e do Interior e o Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas. Sissoco Embaló garantiu que, apesar dessas ameaças, vai manter a sua rotina em termos de circulação, circulando nas próprias viaturas e com vidros descidos.

Na reunião com os militares a porta fechada, o discurso do Chefe de Estado foi outro. Uma fonte que participou na reunião contou ao UH que, é determinação do PR, Umaro Sissoco Embaló instalar na Presidência militares senegaleses capazes de garanti-lo segurança, tendo em conta o risco existente na actual conjuntura. A proposta de Umaro Sissoco Embaló terá sido chumbada de imediato pelo vice-Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas, em substituição à Biaguê Na Ntan que não esteve presente na reunião decorrida na Presidência da República na manhã do dia 16 de Fevereiro.

Foi uma reunião bastante tensa, segundo fontes da Presidência da República. A nossa fonte revelou que, para o encontro, o Chefe de Estado levou as seguintes propostas, insegurança do país, golpe de Estado contra a sua pessoa, Ordem de detenção aos envolvidos na preparação de golpe de Estado, substituição de batalhão da Presidência da República para uma força senegalesa que lhe vai garantir segurança.

Depois de abordar cada um dos pontos, dando maior ênfase nas questões ligadas a sua segurança e a proposta de substituir o batalhão da Presidência, o PR exigiu respostas às autoridades militares e segurança da Guiné-Bissau.

Sem grandes rodeios, Umaro Suissoco Embalío terá determinado que, os militares suspeitos de estarem a tentar o complô devem ser todos detidos, enquanto que para ele, a instalação de forças estrangeiras na Presidência era um assunto inegociável. “Não posso ficar sem saída nessa situação. Ou sou Comandante das Forças Armadas ou vou buscar a saída para a minha segurança”, terá afirmado o PR, num tom de revolta e visivelmente irritado.

Conta a nossa fonte que, o vice-Chefe de Estado-maior das Forças Armadas pediu factos comprovativos de golpe ao Chefe de Estado e recusou qualquer possibilidade de actuarem, isto é fazer qualquer detenção com base nas presunções.

Não houve detenções, mas já ocorreram movimentações militares. Júlio Mambali, um dos destacados operativos das FA guineense foi transferido do Estado-Maior para o exército.

Mamadou N’Krumah terá afastado qualquer possibilidade dos militares guineenses aceitarem deter uma ou outra pessoa por supostamente estar envolvido na preparação do golpe, sem que existisse algum indício neste sentido.

A reunião terminou com a determinação de Umaro Sissoco Embaló, mas sabe-se no entanto que, as divergências de posições foram latentes. Há um forte descontentamento na classe castrense que foi agravada com promoções e nomeações.

 

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