O Partido de Renovação Social (PRS) pondera reunir os seus órgãos para analisar os últimos desenvolvimentos no sector financeiro. Depois do caso de negócios de madeira em que supostamente, o Primeiro-ministro e o presidente da APU-PDGB, Nuno Nabian estaria envolvimento, agora é a vez dos pagamentos feitos pelo Ministério das Finanças à Braima Camará, presidente do MADEM sobre alegada venda de Mbatonha. O PRS considerava quase todas estas questões de especulações, mas depois do envolvimento da PJ no caso da madeira e do ministro das Finanças ter confirmado em conferência de imprensa o pagamento á Braima Camará, o partido se despertou sobre os motivos que deverão estar a volta de tudo isso.
Mesmo considerando que o Estado não pode fazer negócio consigo, o PRS entende que o mais grave em tudo isso, são as somas que estão a serem colocadas a disposição dos líderes políticos. Analisando o contexto político que se vive e persistentes choques a nível da aliança, alguns responsáveis do PRS não têm dinheiro que os seus parceiros estejam a preparar as eleições antecipadas.
“Por mais que possamos ser parceiros, é importante preservar o que é de interesse público. E não. É preciso não estar a ganhar espaços aos parceiros. O Dinheiro que estão a oferecer uns aos outros, só pode ter uma finalidade: preparar as futuras eleições legislativas”, disse a nossa fonte que pediu o anonimato.
O Primeiro-ministro, Nuno Nabian e o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló estão em choque permanente nos últimos tempos e admite-se a possibilidade de um dia ser demitido das funções. O PRS é um dos fiéis de balança da aliança que os junta ao MADEM e uma ala de APU, mas certo é que, todos estes partidos têm conseguido mais votos nas bases dos renovadores.
O Dirigente que confidenciou ao Jornal Última Hora assegura que, urge uma tomada de posição do partido. E essa tomada de posição deve ser mediante um apelos a uma boa gestão da coisa pública e o apelo ao Ministério Público para investigar todos processos de negócios suspeitos.
“São comprometedoras as informações que nos têm chegado. Pagar mais de dois biliões a uma figura política como aconteceu, é inaceitável. Vamos apelar para que se apure a verdade. O mesmo se pode dizer com aqueles que abrem negócios de madeira um pouco por todo o país”, referiu.
Nos próximos dias, o pronunciamento público do PRS terá lugar. Será em comunicado para incentivar a justiça a fazer a justiça e apelar os gestões da coisa pública a se pugnarem pela transparência.
Uma outra ocasião em que provavelmente o assunto merecerá alguma atenção, será da formação de jovens denominada Academia Koumba Yalá, onde serão abordados temas de índole política. Acredita-se que na cerimónia da abertura ou o Presidente do partido ou o Secretário-geral, quem usar da opinião deverá abordar este assunto. O PRS tem na APU e o PAIGC os seus maiores adversários políticos, mas quem mais atingiu às suas bases nas últimas legislativas foi o MADEM.
O MADEM por sua vez, nunca se conformou com actual figurino da governação, chegando ao ponto do seu coordenador advertir que nenhum ministro pode-se considerar independente.